sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vem ?



Ei, vem ser meu namorado?

Vem. Deixa eu te mostrar que sou o que você precisa.
Vem. Deixa eu te mostrar que sou a mulher que você quer.
Vem. Deixa eu te mostrar que aquilo foi uma exceção.
Vem. Vem ver comigo qual é a regra.
Vem?

E se não vier...
Vem ao menos dizer que não vem.

Amor ,

- Me dá seu casaco?
- Para que?
- Para quando eu sentir frio ele substituir o calor dos teus braços.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Acabou .

Acabou: Uma única palavra, uma única expressão.
Acabou: A última palavra, a última expressão.
Acabou. É. Entenda. Acabou.

Surpresa.

Acabou?
Acabou o que?
Acabou tudo.

Tudo?
É. Tudo.
Agora vá para casa.

Orgulho .

            Que direito tenho eu de cultivar meu orgulho quando o erro culminante em todos  os meus problemas a mim pertence?
            Que direito tens o orgulho de me pertencer quando é ele tão rancoroso?
            O rancor também não pertence a mim.
            Esse por escolha.

Acredite .

   Escrevo. Apago. Escrevo. Apago. Estou aqui, entre palavras e palavras tentando achar a que chegue mais próxima do que estou sentindo. Não acho. Será que consigo? Na verdade queria te ligar, mas não posso. Ainda estou magoada, sei que você também está. Por que tinha de ser assim, não acha? Parecia que estávamos engrenando e de repente tudo desmorona. A vida é tão instável. Mas na verdade, depois de muito refletir e pôr em prática meu otimismo exacerbado... Sabe que eu acho que foi melhor assim? É... realmente acho. Eu fui infantil, eu sou infantil. Não sempre, mas você não ser sempre uma coisa, não significa que você não o é. E como eu costumo pensar: quanto mais cedo for a dor, mais cedo ela acaba. Quanto antes for a desilusão, menor é o tamanho da ilusão criada.

           Eu paro e penso: vale a pena abrir mão da adolescência, pular para a fase adulta em nome de uma segunda pessoa que a qualquer momento pode sair da sua vida para sempre? E se não valer, será que você consegue voltar atrás no espaço que já foi percorrido?

           Chego às minhas conclusões, não sei se estão certas, mas são minhas conclusões. Acho que em nada se pode voltar atrás. Ninguém volta no tempo. Ninguém anda para trás. No máximo escolhemos caminhos diferentes do que já percorremos. Melhores ou piores, depende do ponto de vista, mas é sempre para frente. O que tinha atrás já foi percorrido.

          Eu me acostumei a ser assim. Tentar ser mulher, tentar ser adulta, tentar ser madura. Se estou certa ou errada, talvez o tempo me diga, mas e enquanto isso, o que faço? O jeito é esperar e refletir como você mandou, mas e se você não voltar?                                                             

          Se você não voltar, eu mudarei por mim. Por que eu mesma não posso me presentear com uma vida melhor? Se eu não achar-me merecedora, quem o achará? Sim, eu vou pensar, eu vou mudar. Eu vou ver onde estava errada. Vou desculpar a mim mesma por isso. Como posso não me perdoar e esperar que você me perdoe? Errei. Reconheço. Todo mundo erra. Eu não sou melhor nem pior que ninguém por isso. Você estava coberto de razão quando resolveu acabar, dar um tempo e estará também quando der sua tão ansiada por mim, palavra final. Seja lá qual for. Afinal o que é razão se não nossos prórpios motivos? E quem não tem seus próprios motivos? Há alguém digno de julgá-los? Não, não há. Motivos são motivos e só seus proprietários podem classificá-los, os outros devem contentar-se em aceitar e expor também os seus. Var ver depois de expostas todas as razões na mesa alguém resolva trocar a sua. Já dizia Paulo Coelho: "Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela", há no mundo algo mais poderoso do que a fé? Eu tenho fé de que nossa história ainda não acabou. Por enquanto isso basta. Eu vou acreditar. Eu vou tornar real. Nossa história não precisa ter um fim.  

Textos.

     Letras. Palavras. Frases. Textos. O que são afinal?  Creio depender de quem os portam. Haverá ou não para aquela pessoa algum significado no que escreve? Estará ela realmente transmitindo por meio de linhas e parágrafos o que queria transmitir com a própria alma? Há alguém nesse mundo capaz de tamanha proeza?    

      Sim, respondo. Os há. Quantos variados e sábios escritores conseguem por meio de poucos versos fazer com que centenas de milhares de pessoas identifiquem-se com a mesma história? Exatamente o mesmo texto. Compartilhado, sintonizado e interpretado por incontáveis seres. 

  
    Algo mais tranqüilizador que pôr no papel absolutamente tudo que você deseja expor ao mundo e não tem coragem? Algo mais reconfortante que escrever tudo que você tem vontade de falar, mas que por algum motivo não pode? Há alguém provavelmente cujas ambas as respostas tenham sido sim, ou alguém que tenha dito sim em uma das respostas. Talvez em determinadas situações eu mesmo o tivesse dito, mas convenha comigo, as letras fazem seu papel divinamente bem.

   E eu lhe afirmo isso não como alguém dominante na teoria e omissa na prática. Não. Eu o digo como a própria intérprete. Onde pôr meus sentimentos quando eles transbordam e não há nenhum recipiente por perto onde eu possa arremessá-los? O que eu faço quando a angústia  chega a me sufocar? Sim. Isso mesmo. Palavras. Traduzo tudo em palavras e lá mesmo deixo. Um dia quando resolver voltar e lê-las nem vão fazer mais tanto sentido assim para mim, talvez façam sentido para um novo e anônimo alguém.

Diferenças .

  
      Engraçado o retrato da vida. Por que levamos a crença de sermos diferentes? Achas mesmo que o mundo será assim tão diferente com você? Sim. Achas. Não negue. Eu sei que sim. Talvez isso se denomine esperança, talvez ilusão. Quem sabe os dois? É. Talvez queiramos tanto crer em algo que criamos uma ilusão e nos agarramos à esperança para mantê-las.

       Desiluda-se. A vida não é muito menos será menos madrasta com você. O sol nasce democrática e igualmente para todo mundo. Vai ver a janela por você aberta o deixe mais fosco, não tenha espaço suficiente para mostrar sua singular geometria circular. Faz parecer aos seus olhos, mais quadrado.
    
     Consegue ver onde está a ilusão? Pois sim, o que está esperando? Troque de janela ora essa! Deixe o sol entrar, não fique só a observá-lo. Abra a porta, divida um pouquinho do espaço da sua janela com alguém. Vai ver esse alguém também não tenha encontrado a janela dele ainda.