O filme “Quanto Vale ou É Por Quilo?” durante o seu enredo, transmite ao espectador uma analogia entre a antiga escravidão como comércio e a atual exploração da miséria pelo marketing social. As cenas são em sua maioria de grande choque ao espectador, com o intuito, de acordar uma população ainda adormecida ao que se passa em sua volta e indigná-las com o que é feito das pessoas e do dinheiro nesse âmbito de interesses.
Entre os episódios, é válido ressaltar a ocorrência da captura de uma escrava grávida, a qual, após ser devolvida ao dono sofre um aborto espontâneo. O sangue sai ininterruptamente por entre suas pernas, espantando a platéia com a brutalidade daquelas épocas. Em seguida nos é mostrado que esse desamor não acaba por ali.
Foi-nos retratada outra cena, dessa vez não de uma escrava, visto que a escravidão foi abolida há muitos anos e sim de uma adolescente pobre. A qual era sustentada sem o conhecimento do fato, por um marido sem estudo e dinheiro que capturava e matava bandidos para mantê-los.
Entre os relatos, são notórias duas semelhanças; A primeira: a desgraça e o risco de ambas as grávidas. A segunda: a existência de um capataz que captura escravos, outro que captura bandidos. Cada em seu tempo, mas ambos com a mesma função.
O filme mostra que por cima de toda essa fachada de igualdade, bondade e fraternidade, ainda vivemos em uma sociedade predominantemente interesseira e egoísta. ONGs, as quais supostamente deveriam existir única e exclusivamente para ajudar os necessitados, fazem o máximo e conseguem obter êxito sob a miséria dos outros, desviando verbas, não investindo nas estruturas físicas de suas instituições, enfim, onde há mais marketing, há menos piedade.
Felizmente, ficou claro ao espectador que ONGs corruptas podem ser regra, mas existem exceções e cabe a nós buscá-las.